segunda-feira, 4 de abril de 2011
Um Sonho Possível. Será?
Um Sonho Possível (The Blind Side) é um daqueles filmes que, no começo, você acha que não vai virar. Se estiver em casa, olha para a cara de quem está ao seu lado e pergunta: Quer assistir outro? Mas não tire, fique mais um pouco e veja como ele é surpreendente. De repente ele te pega de uma forma incrível no meio da história e você não consegue mais sair.
Esse poderia ser mais um filme que relata a difícil vida de um jovem negro americano da periferia dos Estados Unidos, mas não é. O longa, baseado na obra literária de Michael Lewis, conta a trajetória do jogador de futebol americano Michael Oher e não deixa dúvida de que o esporte é um meio de superação para muitos.
Uma família rica e branca abre as portas de casa para um jovem pobre e negro morar. É a partir desse contraponto que se desenvolve o enredo. Michael agarra essa ajuda com unhas e dentes, e isso basta para que seu talento venha à tona e ele se torne um dos melhores quarterbacks do futebol americano.
Estrelado por Sandra Bullock, no papel que rendeu a ela o Oscar de melhor atriz, o filme é um daqueles que te faz sentir melhor por viver em um mundo onde existem pessoas dispostas a fazer o bem. Só que esse excesso de otimismo pode render críticas, pois simultaneamente a película trata de assuntos complicados, como racismo e pobreza nos Estados Unidos, de uma forma simplória. Não fosse baseado em uma história real, poderíamos dizer que a direção exagerou na dose de bondade.
A interpretação de Quinton Aaron (Michael Oher) é fantástica. Apesar de ser um personagem quase mudo e triste, suas expressões do começo ao fim do filme deixam claros seus sentimentos, como se ele realmente não precisasse falar para demonstrar seus pensamentos. Será difícil esquecer aquele olhar por um bom tempo.
Uma das coisas que chamam atenção é a ausência de uma boa trilha sonora, por mais triste que fosse, para dar um toque a mais no drama e marcar presença no filme.
O diretor John Lee Hancock parece gostar de filmes nesse estilo, pois segue a mesma tendência de Desafio do Destino (2002), história também real sobre Jim Morris, um jogador de baseball que lesionou o ombro em um acidente, e consegue se recuperar com a ajuda de seus alunos. No quesito bondade e superação, Hancock já provou que consegue impressionar.
O filme é uma mistura de superação, boa vontade e bondade, ingredientes básicos para provocar rios de lágrimas em alguns e tocar o coração de outros.
Acredito que esse é mais um daqueles longas que vamos ver e saímos da sala com a sensação de que podemos mudar o mundo. Infelizmente, a dose é superficial e essa vontade logo passa.
Por Juliana Fernandes
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